Com relação a discussão sugerida no seu texto... Já houve algum projeto em Linux, com algo do tipo "produto principal", onde aquela distribuição de Linux, seria uma espécie de "distro representante"? Na qual reunisse a principais necessidades dos usuários mais básicos de computação (os chamados "não-técnicos") e assim demonstrasse um tipo de: "Podíamos ter feito antes, mas como era fácil demais...bem, mas está aqui. Linux em seu potencial absoluto com a 'carinha de computador' que todos esperam." Visto que é realmente uma coisa crítica dizer a um usuário, acostumado a um só padrão, dizer as diferenças existentes entre x, y e z distribuições de Linux e que por mais que uma possua certa semelhança com outras, nada será o mesmo... Se buscamos encaixar Linux em um mercado, ao invés de ser uma mera Arcadia onde só os "puros de mente" podem entrar, uma alternativa desse nível pode ajudar...ainda que hajam problemas, do tipo: "Quem seria o 'pai'? Qual distribuição seria a ideal para servir de base?" Conflitos com insatisfações de usuários ativos de Linux, não satisfeitos com seu representante e coisas do tipo, também aconteceriam. No entanto, isso é uma disputa maior, não acha? Se uma empresa trabalha 8 horas ao dia, desenvolvendo só para uma distribuição, pode separar 1 hora desse tempo e apoiar o desenvolvimento dessa versão "global" de Linux. Se o problema é o conformismo, então vamos moldar esse conformismo atraindo com aquilo que eles buscam... Ainda que seja algo um tanto quanto "poético" e simples de dizer... É tudo o que consigo pensar a respeito...
O próprio Kernel (Linux é o Kernel) pode ser considerado este "produto dominante" e com ele todas as distros são construídas. E a exemplo de outros projetos em FOSS (Free and Open Source Software) é justamente a possibilidade de acesso e uso comum do código-fonte o motor da inovação, ou seja, eu contribuo e todos se beneficiam, você contribui e todos se beneficiam.
Isso independemente de você ser um programador freelancer ou o funcionário de uma grande empresa que te paga muito bem pra fazer esse trabalho (fabricantes de hardware, desenvovedoras de software, grandes distribuições, etc)
Quanto a reunir em uma distro todas as necessidades que um usuário precisa, é justamente este o objetivo da maioria delas, e o motivo de existirem tantas, cada uma a sua maneira.
Interface amigável e facilidade de uso hoje já não são mais problemas para nenhuma. A polêmica está na forma como se dará a crescente aproximação do mundo aberto e livre com o proprietário, cada um com suas peculiaridades, em diferenças de ideológicas, motivações e tipos de licenciamento.
Tentando colocar as coisas de forma bastante simplista: é perfeitamente possível assistir a um DVD ou utilizar um Palm ou iPod (todos baseados em hardware e formatos proprietários) com qualquer distribuição Linux.
Em algumas esse suporte está disponível logo após a instalação padrão em outras será necessário alguma configuração adicional, tudo é uma questão das escolhas de seus criadores e da fidelidade destes aos princípios do software livre ou as restrições impostas pelo licenciamento dos softwares e padrões proprietários.
Uma questão importante é que na maioria delas esse suporte é disponibilizado através de aplicações FOSS, desenvolvidas pela comunidade quase sempre sem o apoio oficial do fabricante - que em geral não contribui com projetos open source. Isso é bom, porque usar sempre o FOSS quando houver a essa possibilidade só trás vantagens. Mas pode ser também frustante para alguns usuários que simplesmente desejam instalar o software do fabricante do hardware e contar com o seu suporte técnico, e não ligam a mínima para a "pureza doutrinária" como sugere Eric Raymond.
Na minha modesta opinião, essa opção pode ser desvantajosa e muitas vezes inferior porque ele estará abrindo mão das inúmeras vantagens do uso do FOSS, como maior segurança, estabilidade, auditabilidade e qualidade do código e etc.
Dá uma lida no texto que sugeri sobre o desenvolvimento do Kernel Linux (http://ufa.homelinux.net:8080/keynote/), acho que ele vai te esclarecer muita coisa.
Alguns exemplos de ditros (existem inúmeras, mesmo as que não citei aqui):
- Freespire: fornece suporte a software livre e proprietário "off the shelf". - Ubuntu: na minha modesta opinião a talvez seja a melhor distribuição disponível para o usuário final (e para usos avançados também). E como a maioria oferece um excelente balanço entre software livre e suporte a formatos proprietários. - OpenSuse: excelente para o desktop e servidores corporativos. - Red Hat Enterprise: excelente para servidores corporativos. - Debian: venerável distribuição livre. Segurança, qualidade, confiabilidade, estabilidade e software livre.
Realmente acho interessante que se defina alguma prioridade ao software livre. O chato é que as vezes eles mais parecem sistemas para usuários avançados, já familiarizados com esses programas. Senão vejamos: O uso disseminado do OpenOffice.org tem ferramentas semelhantes ao Office da Microsoft, porém a familiarização com o software proprietário é maior com os usuários comuns. Porque, então, não existe a mesma facilidade para trabalhar com os dois softwares, uma vez que o computador vem para ajudar e não para atrapalhar?
Como ia dizendo, trabalhar com opensource não é de todo ruim. Ruim mesmo é não encontrar a ferramenta com a qual você estava acostumado encontrar em um determinado lugar e ver que ela não está mais lá. Mas, como acredito que esta possibilidade ainda engatinha, acredito que o desenvolvimento nessa área vai acontecer e chegará a hora em que poderemos usar tanto o software de código aberto quanto o proprietário com vantagens e desvantagens, como duas ferramentas concorrentes que se prezem.
Prova do que estou falando é a recente aparição do discador gratuito para internet baseado em Linux do IG (se não me engano). É um pioneirismo ver que avançamos nessa área. Pesquise.
Ah, e só para finalizar, não migro para a sua plataforma porque aind anão descobri as ferramentas que substituam as que já uso sem perda. Sempre que surgir alguma, me comprometerei a testá-las, pois acredito que um dia isso será praxe do mercado.
PS: Seu texto é muito bom. Mas detectei algumas virgulas a mais no intervalo de algumas passagens. Isso pode (e deve) ser corrigido.
Pra começar dá uma olhada aqui http://antoniofonseca.wordpress.com/2006/08/19/um-mundo-melhor/#comment-7
A prioridade no desenvolvimento do FOSS é implementar os recursos demandados pelos usuários e isso é feito sempre com o compromisso de produzir código de qualidade. Simples assim.
Você não vai ver por aí, em nenhum projeto, alguém enchendo o código de recursos que não sejam diretamente demandados pelos usuários.
No caso específico do Linux é importante entender que não existe qualquer motivação para implementar características simplesmente porque elas existem (ou foram colocadas) em outros sistemas. Ou seja, há somente a preocupação em desenvolver aquilo que o usuário do Linux demanda.
Isso pode parecer um pouco estranho para aqueles ainda não muito familiarizados com FOSS, mas é uma escolha bastante coerente e um dos principais motivos para a qualidade desse tipo de software e seu rápido avanço.
Perceba no entanto que a medida que mais e mais empresas ou pessoas aderem ao FOSS tanto maior será esse escopo de necessidades e conseqüentemente a oferta de soluções!
É um processo orgânico e evolutivo. Na minha opinião algo maravilhoso.
Sei das suas necessidades especiais como designer e publisher e recomendo que fique atento para o desenvolvimento de soluções nesses segmentos, certamente em algum momento você conseguirá migrar para o FOSS. A chave está em experimentar o que já existe e demandar novos recursos diretamente aos desenvolvedores.
Ah, obrigado pelas críticas ao texto. Pouca gente sabe, mas sou membro do AVV (Associação dos Viciados em Vírgulas), luto contra o vício desde de pequenininho. ;-)
Antônio,
ResponderExcluirCom relação a discussão sugerida no seu texto...
Já houve algum projeto em Linux, com algo do tipo "produto principal", onde aquela distribuição de Linux, seria uma espécie de "distro representante"?
Na qual reunisse a principais necessidades dos usuários mais básicos de computação (os chamados "não-técnicos") e assim demonstrasse um tipo de:
"Podíamos ter feito antes, mas como era fácil demais...bem, mas está aqui. Linux em seu potencial absoluto com a 'carinha de computador' que todos esperam."
Visto que é realmente uma coisa crítica dizer a um usuário, acostumado a um só padrão, dizer as diferenças existentes entre x, y e z distribuições de Linux e que por mais que uma possua certa semelhança com outras, nada será o mesmo...
Se buscamos encaixar Linux em um mercado, ao invés de ser uma mera Arcadia onde só os "puros de mente" podem entrar, uma alternativa desse nível pode ajudar...ainda que hajam problemas, do tipo: "Quem seria o 'pai'? Qual distribuição seria a ideal para servir de base?"
Conflitos com insatisfações de usuários ativos de Linux, não satisfeitos com seu representante e coisas do tipo, também aconteceriam.
No entanto, isso é uma disputa maior, não acha?
Se uma empresa trabalha 8 horas ao dia, desenvolvendo só para uma distribuição, pode separar 1 hora desse tempo e apoiar o desenvolvimento dessa versão "global" de Linux.
Se o problema é o conformismo, então vamos moldar esse conformismo atraindo com aquilo que eles buscam...
Ainda que seja algo um tanto quanto "poético" e simples de dizer...
É tudo o que consigo pensar a respeito...
Diego,
ResponderExcluirO próprio Kernel (Linux é o Kernel) pode ser considerado este "produto dominante" e com ele todas as distros são construídas. E a exemplo de outros projetos em FOSS (Free and Open Source Software) é justamente a possibilidade de acesso e uso comum do código-fonte o motor da inovação, ou seja, eu contribuo e todos se beneficiam, você contribui e todos se beneficiam.
Isso independemente de você ser um programador freelancer ou o funcionário de uma grande empresa que te paga muito bem pra fazer esse trabalho (fabricantes de hardware, desenvovedoras de software, grandes distribuições, etc)
Quanto a reunir em uma distro todas as necessidades que um usuário precisa, é justamente este o objetivo da maioria delas, e o motivo de existirem tantas, cada uma a sua maneira.
Interface amigável e facilidade de uso hoje já não são mais problemas para nenhuma. A polêmica está na forma como se dará a crescente aproximação do mundo aberto e livre com o proprietário, cada um com suas peculiaridades, em diferenças de ideológicas, motivações e tipos de licenciamento.
Tentando colocar as coisas de forma bastante simplista: é perfeitamente possível assistir a um DVD ou utilizar um Palm ou iPod (todos baseados em hardware e formatos proprietários) com qualquer distribuição Linux.
Em algumas esse suporte está disponível logo após a instalação padrão em outras será necessário alguma configuração adicional, tudo é uma questão das escolhas de seus criadores e da fidelidade destes aos princípios do software livre ou as restrições impostas pelo licenciamento dos softwares e padrões proprietários.
Uma questão importante é que na maioria delas esse suporte é disponibilizado através de aplicações FOSS, desenvolvidas pela comunidade quase sempre sem o apoio oficial do fabricante - que em geral não contribui com projetos open source. Isso é bom, porque usar sempre o FOSS quando houver a essa possibilidade só trás vantagens. Mas pode ser também frustante para alguns usuários que simplesmente desejam instalar o software do fabricante do hardware e contar com o seu suporte técnico, e não ligam a mínima para a "pureza doutrinária" como sugere Eric Raymond.
Na minha modesta opinião, essa opção pode ser desvantajosa e muitas vezes inferior porque ele estará abrindo mão das inúmeras vantagens do uso do FOSS, como maior segurança, estabilidade, auditabilidade e qualidade do código e etc.
Dá uma lida no texto que sugeri sobre o desenvolvimento do Kernel Linux (http://ufa.homelinux.net:8080/keynote/), acho que ele vai te esclarecer muita coisa.
Alguns exemplos de ditros (existem inúmeras, mesmo as que não citei aqui):
- Freespire: fornece suporte a software livre e proprietário "off the shelf".
- Ubuntu: na minha modesta opinião a talvez seja a melhor distribuição disponível para o usuário final (e para usos avançados também). E como a maioria oferece um excelente balanço entre software livre e suporte a formatos proprietários.
- OpenSuse: excelente para o desktop e servidores corporativos.
- Red Hat Enterprise: excelente para servidores corporativos.
- Debian: venerável distribuição livre. Segurança, qualidade, confiabilidade, estabilidade e software livre.
Espero ter ajudado a esclarecer alguns pontos.
Antônio,
ResponderExcluirRealmente acho interessante que se defina alguma prioridade ao software livre. O chato é que as vezes eles mais parecem sistemas para usuários avançados, já familiarizados com esses programas. Senão vejamos: O uso disseminado do OpenOffice.org tem ferramentas semelhantes ao Office da Microsoft, porém a familiarização com o software proprietário é maior com os usuários comuns. Porque, então, não existe a mesma facilidade para trabalhar com os dois softwares, uma vez que o computador vem para ajudar e não para atrapalhar?
Como ia dizendo, trabalhar com opensource não é de todo ruim. Ruim mesmo é não encontrar a ferramenta com a qual você estava acostumado encontrar em um determinado lugar e ver que ela não está mais lá. Mas, como acredito que esta possibilidade ainda engatinha, acredito que o desenvolvimento nessa área vai acontecer e chegará a hora em que poderemos usar tanto o software de código aberto quanto o proprietário com vantagens e desvantagens, como duas ferramentas concorrentes que se prezem.
Prova do que estou falando é a recente aparição do discador gratuito para internet baseado em Linux do IG (se não me engano). É um pioneirismo ver que avançamos nessa área. Pesquise.
Ah, e só para finalizar, não migro para a sua plataforma porque aind anão descobri as ferramentas que substituam as que já uso sem perda. Sempre que surgir alguma, me comprometerei a testá-las, pois acredito que um dia isso será praxe do mercado.
PS: Seu texto é muito bom. Mas detectei algumas virgulas a mais no intervalo de algumas passagens. Isso pode (e deve) ser corrigido.
Bruno,
ResponderExcluirPra começar dá uma olhada aqui http://antoniofonseca.wordpress.com/2006/08/19/um-mundo-melhor/#comment-7
A prioridade no desenvolvimento do FOSS é implementar os recursos demandados pelos usuários e isso é feito sempre com o compromisso de produzir código de qualidade. Simples assim.
Você não vai ver por aí, em nenhum projeto, alguém enchendo o código de recursos que não sejam diretamente demandados pelos usuários.
No caso específico do Linux é importante entender que não existe qualquer motivação para implementar características simplesmente porque elas existem (ou foram colocadas) em outros sistemas. Ou seja, há somente a preocupação em desenvolver aquilo que o usuário do Linux demanda.
Isso pode parecer um pouco estranho para aqueles ainda não muito familiarizados com FOSS, mas é uma escolha bastante coerente e um dos principais motivos para a qualidade desse tipo de software e seu rápido avanço.
Perceba no entanto que a medida que mais e mais empresas ou pessoas aderem ao FOSS tanto maior será esse escopo de necessidades e conseqüentemente a oferta de soluções!
É um processo orgânico e evolutivo. Na minha opinião algo maravilhoso.
Sei das suas necessidades especiais como designer e publisher e recomendo que fique atento para o desenvolvimento de soluções nesses segmentos, certamente em algum momento você conseguirá migrar para o FOSS. A chave está em experimentar o que já existe e demandar novos recursos diretamente aos desenvolvedores.
Ah, obrigado pelas críticas ao texto. Pouca gente sabe, mas sou membro do AVV (Associação dos Viciados em Vírgulas), luto contra o vício desde de pequenininho. ;-)